quarta-feira, 30 de maio de 2012

"Sem par"



Estava eu sem sono, sentada na varanda, vendo as estrelas do céu.... pensando em você.
Isso não é nenhuma novidade, desde que você apareceu, todo radiante e me fez sorrir.
Há algo no céu que me traz você, acho que seu sorriso é estrelado.
Eu gosto de me perder nas horas, imaginando os meus sorrisos junto dos teus, mesmo crendo que eles nunca tenham realmente existido.
Não sei se rio, ou se choro da situação.
Se não foram sorrisos, foi fogo.... e eu deixei me queimar.... tipo queimadura de terceiro grau, mas acho que não te queimei demais, a insegurança me deixa com as mãos trêmulas e geladas, e o coração descompassado, isso geralmente confunde as outras pessoas, que não me conhecem (na verdade nunca ninguém me conheceu, nem eu mesma).
Eu não sei bem lidar com sentimentos, principalmente quando eles transbordam.... aí sim, ferrou tudo! Eu falo demais, demonstro demais tudo o que eu deveria deixar guardado, às ocultas.... eu não sei me passar por despercebida quando eu quero, e quando desejo muito... mas geralmente isso traz apenas expectativas infladas, que furam ou murcham com o passar do tempo.
Tenho essa animosidade própria, que me evade do que eu tanto anseio.
Se eu tenho uma habilidade nata é a de afastar as pessoas que eu preciso, com essa mania estúpida de me declarar...
Sempre fico com os ecos das ilusões gritantes, abraçada aos monólogos.
Se eu soubesse que seria difícil, eu queria ter nascido diferente, com o desapego, tipo "relaxada" mesmo, ao típico modo "dane-se".
Tô cansada de sentir sozinha todos esses absurdos, e exausta de tentar repetir...


E chega de estrelas, de sóis, de brilho, de cor, de expectativas...

Vou ficar quietinha no meu mundinho quadrado e desinteressante, pra não me frustrar mais, me atrevendo a tentar entrar num mundo onde não me cabe, e onde mais uma vez serei apenas uma tola que sente em demasia, abraçada aos solilóquios...





(Naná)


















segunda-feira, 28 de maio de 2012

Ahhhhhh!!!!!!!!!!!!


Ah, esse silêncio inquietante, me traz tantas coisas!
É uma miscelânea de sentidos... corpo, pele, falta de ar e gemidos...
Que saudades dessa força que me puxa, me declina.
Um pouco mulher, outra dose de menina.
E eu me perco em teus abraços, e tu preenche-me os espaços.
Extasiada pelo fel doce que me comina.
Mas vou deixar meus desejos ao léu,
É perigoso demais sonhar com o céu!


(Naná)








domingo, 27 de maio de 2012

Eu mudei.


Engraçado como as pessoas me vêem nas ruas com cara de que pensam: "Nossa, como ela mudou!". 
É, certas coisas são explícitas. 
Sim, eu mudei muito. Cresci, apanhei da vida, e senti o gosto de me tornar mulher, com todas as coisas dentro: amor, raiva, amargura, frustração, medo, insegurança, ingenuidade, uma dose de causticidade, insanidade, felicidade e tudo mais... o tempo não me deixou imune de sentir em demasia, mas não me tirou o gosto da leitura e da escrita desde pequena. Acho que desde que eu me entendo por gente. 
Eu mudei, mudei para melhor, para pior. Cresci mas também me diminuí em algumas vezes... inevitável e óbvio. Ciclo natural. 
Sabe, raramente me bateram na porta perguntando se eu precisava de algum tipo de ajuda. Acho que na realidade sempre tive resistência em pedir, e fui aprendendo a subir os degraus da vida, com tantos passos trôpegos, e em algumas vezes fugidia à razão que me motivava a prosseguir dentre tantos tombos. Engraçado também é fazer uma "releitura" da minha vida. Sempre fui esse ser esquipático, sem graça, mas recheada por uma inquietude que não cessou até hoje... Problemas com auto-estima eu nem me arrisco a dizer, porque isso também está explícito. Mas ao menos assumo esse problema com a auto-aceitação, e ainda não morri por isso. 
Ah, a vida não tem sido fácil ! Creio que desde quando criei essa fixação pela essência das coisas, acho que fora lá pelos meus 9 ou 10 anos. Desde então as coisas se tornaram mais complexas a ponto de fazer meus dedos trabalharem muito escrevendo... Cadernos, perdi a conta! Nem eram diários, mas sim meus livros... do meu universo impenetrável, intangível. 
E o grau de pensar foi se desenvolvendo, mas ainda não me foi o bastante para meu desabafo. 
Acho que ainda tenho que pedalar muito pra chegar no topo, suar muito a camisa pra ter alguma conclusão de qual "bicho" mora aqui dentro. Se é o bicho da ousadia, impudica e propriamente dita louca, ou se é o da timidez que ainda me prende nas masmorras psíquicas... Missão inexequível? Eu diria instigante. 
É, acho que o problema das pessoas comigo é a minha hermeticidade, sim, eu acabo as afastando.... outro dia me disseram: "Tenho medo de você Najla", e eu fiquei martelando isso, tentando mais uma vez me decodificar... Às vezes eu peço à Deus: "Por favor meu Pai, me torna uma pessoa normal", e ploft! Nada acontece! hehe! 
Meus ex- namorados sempre sofreram com isso, espírito arredio, indomável, diziam eles. E me achavam egoísta e mandona. Eu, claro, me defendia. Acho que o que sinto é sagrado, mesmo que eu mesma não compreenda bem o que sinto. É como se fosse uma missão em um labirinto inextricável, e eu não posso me abandonar, caso contrário não serei mais eu mesma... Sim, eu viajo na maionese.. hehe! 
Estou escrevendo isso, mas sorrindo pela peraltice e tolice do desabafo torto, desinteressante e dispensável. Mas com essas e outras descobri que ser livre não dói, e se incomoda, as pessoas que tratem de sair do caminho, porque não quero me privar de dizer... eu não sou uma voz emudecida, eu prefiro gritar pra que saibam quem sou. Claro que, neste caso, nem tudo está explícito.... hehe! 
Mas eu gosto de aventuras, e de coisas novas... mesmo me apavorando com o novo eu enfrento, mesmo me corroendo com lágrimas, ou morrendo de tanto rir, eu venço... e vou vencer todas as vezes que eu quiser e precisar vencer... 
E talvez eu machuque, talvez eu me machuque, não sou nenhuma santa! O importante é que saibam que assumo os riscos, e embora a minha ingenuidade seja aparente, eu não sou tanto assim... eu aprendi a ser mulher, com salto alto, batom vermelho, sangue quente e cara à tapa. 
Se alguém quiser brincar comigo pode vir, mas cuidado com o meu fel doce. 
Se alguém quiser me amar, saiba que eu vou me derreter feito manteiga e vou sim, deixar transparecer por inteira a minha franqueza. 
Eu sinto muito, mas sinto demais, quero demais, amo demais, falo demais, grito demais, escrevo demais! Sou tudo à enésima potência. Para que mascarar as coisas, se Deus as vê como elas realmente são? 
Eu sou partidária à minha essência, e as pessoas com suas ideias e sujidades que se danem! Sim, isso incomoda, e muito! 
E eu cansei de brinquedos que quebram, estou construindo meu próprio castelo, bem no ápice da minha alma. E não vou deixar que sentimentos indignos tentem derrubar o meu sonho de me sentir uma pessoa melhor mais capaz de ser feliz. Minhas regras serão cada vez mais claras, e todo cuidado é pouco! 

... É eu mudei! 
Que seja bem-vinda a mudança de cada dia, mesmo com as suas pedras, deslizes... o bom de cair é voltar mais forte, e se eu não voltar, vou ter certeza que cumpri o meu dever em ser o que eu achava que era certo ser. 
E...

 ... Ufa!



(Naná)






Dilúvio.


E ele chega... sorrateiro, corpo quente, sorriso estrelado, alma fora de si...
... e eu, sangue quente, suscetível aos seus suspiros, com o olhar fixo e o coração a sair pela boca... entrego-me sem culpa, entrego-lhe meu corpo e minha alma, rendidos ao encantamento...
Acho que estou louca, mas ele não acredita!
É, eu não costumava ser assim, mas dizem que sempre tem a primeira vez... isso vale para a loucura também!
E nos despimos com os olhares, e meu coração me atropela com as batidas... mistura de êxtase, desejo, insanidade...ah, gosto bom de render-se!
E os cheiros dos corpos se misturam, o desejo parece intérmino... mas sempre tem um porém...



(Naná)





sexta-feira, 25 de maio de 2012

Lágrimas e chuva



Chove lá fora, e aqui dentro faz frio... mas um frio congelante!
Indiferença é pior que facada no peito.
Lembrar que há tão pouco tempo eu sorria à toa, e era um sorriso que quase não cabia nos lábios e meu coração chegava a ser tão pouco para tanto sentimento.
... Ah, bobagem essas coisas!
Sentimento não tem medida, principalmente quando se trata dos meus, sempre tão exagerados e tão cegos, mas sempre tão dispostos e esperançosos à reciprocidade.
Eu costumo enjoar as pessoas com toda essa "melação", minha sinceridade ainda é ingênua, se entrega fácil, sente saudades fácil, sofre muito fácil.
Acho que nunca vou aprender como são os homens, e ainda falam pra eu não generalizar....
Sou mesmo é uma esquisita, que acredita em milagres.
Ah, se você se importasse, ou no mínimo soubesse o quanto é difícil sentir tudo isso sozinha, e aprendesse que as coisas não precisam levar tempo pra deixar marcas.
E eu acordo todos os dias com um pouco de esperança...
Ah, moço, se você acreditasse em palavras, ou ao menos as pudesse sentir, eu voltaria a acreditar nas pessoas.
Mas muita coisa ouvi, nada assimilei... nada me convenceu... nada me fez preencher.
Apenas me restou o eco de lembranças dos momentos efêmeros, dos quais eu preciso me esquivar.

No fundo a gente sabe que não era pra ser, mas insiste em colocar um pé num mundo que não te pertence, que nunca fará sentido.
E a gente se entrega e sonha com um mundo mais colorido, mas o preto e branco sempre prevalece.

E eu sei que sou uma chata de galochas, que não se enxerga no espelho, mas eu entendo que as pessoas se afastem. Eu não tenho auto-estima, eu não sei me amar... pessoas precisam de outras que se amem, pessoas bonitas (por dentro e por fora) e eu não sou nada disso.
Apenas tenho sentimentos solitários, e ilusões, e encantamentos... acho que eu não sei crescer e ver que o "buraco é mais embaixo"... e que as pessoas não se alimentam do que eu me alimento.

Sabe, moço... eu pareço uma doida por ser tão emotiva, mas é que realmente eu achei que dessa vez eu ia acertar, mas não sou boa em acertar no alvo...

Essas minhas lágrimas vão cicatrizar no coração, mas eu sei que vou ser mais frágil, e vou passar a acreditar menos em mim mesma, porque eu caí mais uma vez no poço da descrença... e eu acho que o tempo passa e cada vez mais eu perco o jeito de me levantar.


Essa chuva que cai lá fora me deixa triste, porque tudo o que eu precisava era de um abraço pra poder crer que eu ainda tenho um jeito, e que todas essas coisas absurdas que sinto não são à toa (mais uma vez).


Eu sei que eu vou colocar a minha cabeça no travesseiro e vou me lembrar do que eu preciso esquecer, e sentir o que eu não posso sentir.
Eu sei que eu vou acordar amanhã e olhar se encontro alguma mensagem, algum recado ou algum resquício de memória, pelo menos pra saber da minha amargura, só pra ter o prazer de saber que conseguiu o que queria, e eu estou aqui, me afigurando de idiota....


Ah, moço... como eu sinto falta de poder escutar a tua voz, ligar e você atender, trocar mensagens que me deixam mais alegre... eu sinto tanta falta que até tenho vergonha de dizer, porque eu não sei porque tudo isso é tão forte.... e eu quero sentir o teu abraço, e ver os teus olhos, dizer e ouvir que há empatia entre nós, e que eu gosto tanto de você, e que você sente saudades...


Tá, é bobagem isso tudo, mas você nem precisa saber, você nem vai ler mesmo... nem vai se lembrar que eu existo, porque a gente esquece as coisas que não têm importância...


E eu vou respeitar, me afastar, sem ao menos ter me aproximado... e eu vou ficar triste, mas uma hora as lágrimas vão estancar... e eu vou passar na sua rua, do outro lado da calçada pra me reafirmar: Aprenda que palavras são traiçoeiras, ouça mas não as sinta.



(Naná)






quarta-feira, 23 de maio de 2012

".. Eis-me aqui... Mais uma vez, no meu diário consecutivo de ilusões.."



Eu sabia! Eu sabia! Eu sempre sei dessa tal suscetibilidade que me acomete!
Os sintomas não enganam, e o prognóstico é preciso: arritmia cardíaca, mãos a trepidar, um frio que sobe do dedão do pé até na nuca, um nó no estômago inexplicável, e a maldita insônia de mãos dadas.... tudo isso está mais para uma bomba relógio prestes a explodir na alma do que sentidos mesmo!
É, eu sabia! Eu sempre sei!
Eu sabia que o seu cheiro ia calar em mim e eu não ia querer me despir dele tão cedo...
E o teu abraço ia me sequestrar, sequestrar a minha subjetividade.... 
E os teus beijos iam me entorpecer, me deixar em coma alcoólico.
Sabia que eu ia sucumbir, me enfraquecer, e o meu coração ia cair de joelhos diante de ti, mesmo estando sob o salto mais alto, e me afigurando a "mulher segura, inteligente e inatingível".
Ah, a gente sempre sabe, mas descobre sempre com a dor!
Mas porque é sempre com a dor que cai a ficha? Ela deveria chegar com uma placa beem gigante de "Páre" pra abrir o desfile, beem antes da fanfarra sentimental chegar.
É sempre com a dor que a gente vê que desaprendeu tudo novamente, e que caímos novamente na rede, feito peixes, querendo voar alto pra esquivar-se, mesmo sabendo que não temos asas.
E depois? Depois é como se o cérebro apertasse o botão do "Zoom" das lembranças, que se multiplicam em sua mente, e você começa a endoidecer pela presença da ausência. E de repente os ares congelam, eis que o prognóstico cumpre-se: deprê à vista!
Engraçado esse "masoquismo" que me vitupera na maior cara-de-pau... é um sabor amargo, uma dose de fel doce que aniquila aos poucos as perspectivas de cura.
... E eu sabia, eu sempre sei!
Sei das noites sem dormir, das lágrimas inutilizadas, do excesso de esforço que o coração faz pra não se culpar mais uma vez por ser um tremendo idiota, e das palavras em vão, sem as quais eu não sobreviveria, sem dar vida pelo menos ao papel do que me frustra.
... Mas ainda não sei qual o problema em encontrar sempre a pessoa certa, mas ser a pessoa errada.
... Acho que eu penso demais, sinto demais, tudo em demasia.
... Vou arrumar uma caixa beem grande e colorida e depositar todos os dias o que sinto, vai pesar menos, mas as lembranças estarão bem embaladas....
Vou arrumar as malas, segurar bem as pontas e não acreditar mais em possibilidades... porque eu sempre acho que sou legal, mas as coisas nem sempre são como pensamos. Esses meus achismos também são ruins! 
Bom mesmo é ficar horas em frente ao espelho tentando se desvendar, vendo se sobrou algum brilho, ou se tem algo oculto que eu preciso saber, porque tudo o que eu vivi sempre foi previsto... acho que sou boa em adivinhações, e por me conhecer tanto, tenho medo de mim mesma, medo desse casulo desgracioso nunca "desabrochar" a borboleta.


Mais uma vez drogada pela lugubridade, pela insegurança que corre nas veias como veneno que quer me tirar o ar, a constância e a volição de prosseguir.


Mais uma noite, mais uma madrugada jogando minha identidade pelas palavras, sem me orgulhar da pessoa que sou, e das coisas que sinto.
Ao menos está escuro lá fora, acho que as coisas aqui dentro não são tão visíveis como na luz do dia, que cerra os meus olhos, e fecham o meu semblante, porque o dia não tem  graça depois que vc deixa escapar o encanto por entre os dedos.




Mas ainda estou no combate, ainda meu coração bate... e eu não quero te tirar daqui de dentro por mais que seja essa porcaria de masoquismo.... Ao menos quando lembro do teu semblante eu sorrio, mesmo estando só, e mesmo me achando insana, por pensar coisas tão absurdas que não se concretizarão. Ilusões às vezes servem como pilares....




Não quero que ninguém me compreenda, mas ao menos que me permitam sentir mesmo calada, mesmo que eu saiba que estou apunhalando as minhas próprias costas....






(Naná)






domingo, 15 de maio de 2011

Ausência


Domingo. Dia meio nublado. Na verdade tempestuoso aqui dentro.
Mais um dia de ausência.
Apenas ecos de sentidos tortos se voltam para mim.
A alma sempre se engana, e o coração sempre cúmplice.
Retrocedi ao que eu há tempos tinha construído...
A distância amarga sim. Aparta alguns sentimentos bons e esperanças de que tudo pode sim mudar.
E sabe, também se cansa de acreditar!
Eu pensei que não seria mais ingênua, mas sempre caio nas ciladas que eu mesma construí, embora sem perceber.
E não há sentidos.
Eu deveria sempre escrever a minha história à lápis, é mais fácil pra apagar, pra esquecer...
Eu sempre insisti em ser inteira, em ressaltar os meus sentimentos.
Mas quando prevalece a ausência, tudo o que se quer é deletar o que guardamos bem dentro.
É sentir raiva da saudade que tanto nos angustia, para quê? Apenas pra tomarmos o nosso próprio fel e engolir à seco as lágrimas, e sentir que o horizonte é ainda mais longe do que caminhamos...
Mas sabe o que é o pior?
Ninguém sabe o que você sente, e te apedreja com tantos discursos moralistas, e você sempre é o errado da história.
Nessas horas você é o egoísta, o precipitado, o dissimulado, e milhares de outras adjetivações...
Ninguém conta as suas lágrimas, calcula os seus esforços, tampouco as horas em que te deixaram apenas um vazio profundo, onde você se sentiu de lado, esquecido e isolado de tudo que um dia te prometeram vãmente.
Depois de tudo isso, você junta os seus próprios cacos que estão espalhados no chão, e tenta se levantar sangrando...
E a tetricidade demora pra partir... Ela te abraça tão forte que chega até te confortar, pois aconteceu MAIS UMA VEZ!
E a vida segue.
Nomeia quem sente demasiadamente, ou quem é  dono da verdade...
Eu ainda descubro um cantinho meu, onde meu coração se aconchegue, onde meus sentimentos possam ficar em paz, longínquos de toda transgressão de quem ama, mas vive na eterna ausência...

(Naná)




(15 de maio de 2011)

Ímpar...


E eu não pedi pra ninguém adentrar aqui dentro no meu mundo imperfeito de sentir.
Sempre fui muito receptiva, mas sempre me restou o ego inflamado de promessas não-cumpridas, de ausências e espaços...
E depois dessas perdas, aliás, nem sei se foram perdas realmente, porque só perdemos o que temos... enfim...
Depois de tantas expectativas que transmutaram em uma dose alcóolica de choros repetidos e tristezas colecionadas, eu parei !
Parei de mudar pelas pessoas.
Parei de sentir remorso pelos meus erros.
Aprendi a gostar dos meus passos, embora trôpegos...
Aprendi a sorrir com a minha solidão.
Sim, eu aprendi sozinha com o frio e com a dor.
Mas eu aprendi!
E o que importa é que isso não aconteceu tarde demais.
Antes da minha alma adormecer num sono profundo envolto à culpa e pela desolação se sempre ser metade.
O que devemos reconhecer, acima de tantos desencontros, é o nosso esforço desmedido em se doar, mesmo que nunca tenham nos dado valor.
E na verdade eu não sei se nasci pra ser par... mas eu sei muito bem ser ímpar.
Minha alma se ajeita em qualquer canto, e se deslumbra com um livro, se encanta com a música, e desabrocha com as amizades verdadeiras.
Não preciso que me digam o quanto eu erro.
Não preciso acertar sempre.
E eu não quero acertar sempre.
É muito monótono.
Talvez seja essa minha inconstância que me fortaleça e me priva de todas essas perfeições e modismos ou idealizações "de ser", dispensáveis...

(Naná)

Partir...



E eu cansei dessa velha e costumeira história.
Enquanto todos vão, eu fico aqui com a alma ressentida, e os sentimentos à flor da pele, perdendo o meu tempo.
Você sempre volta e eu estou aqui de braços abertos, e com o olhar sempre mirando nos teus olhos.
Talvez você não tenha notado que a paciência tenha ido pelo ralo várias vezes que eu chorei sozinha debaixo do chuveiro, pra tentar lavar minha alma dessa dor de ser ausente pra você, e de apenas estar alimentando mais uma história repetida, repletas de vírgulas.
Na verdade o que a gente sempre espera são exclamações; mas as interrogações estão me dando um nó no estômago. E as reticências precisam de um ponto final. Só não sei como posso fazer isso. Sinceramente eu não sei como.
Sempre flores, no princípio cultivadas com tanto carinho, pra no final serem pisoteadas, e restarem os espinhos de dor a perfurarem a sola dos pés, a sangrarem o pouco de dignidade que ainda se resta na alma.
Eu preciso me redimir de mim mesma. Fazer as pazes comigo mesma. E só posso fazer isso quando eu te disser Adeus.


(Naná)