domingo, 15 de maio de 2011

Ímpar...


E eu não pedi pra ninguém adentrar aqui dentro no meu mundo imperfeito de sentir.
Sempre fui muito receptiva, mas sempre me restou o ego inflamado de promessas não-cumpridas, de ausências e espaços...
E depois dessas perdas, aliás, nem sei se foram perdas realmente, porque só perdemos o que temos... enfim...
Depois de tantas expectativas que transmutaram em uma dose alcóolica de choros repetidos e tristezas colecionadas, eu parei !
Parei de mudar pelas pessoas.
Parei de sentir remorso pelos meus erros.
Aprendi a gostar dos meus passos, embora trôpegos...
Aprendi a sorrir com a minha solidão.
Sim, eu aprendi sozinha com o frio e com a dor.
Mas eu aprendi!
E o que importa é que isso não aconteceu tarde demais.
Antes da minha alma adormecer num sono profundo envolto à culpa e pela desolação se sempre ser metade.
O que devemos reconhecer, acima de tantos desencontros, é o nosso esforço desmedido em se doar, mesmo que nunca tenham nos dado valor.
E na verdade eu não sei se nasci pra ser par... mas eu sei muito bem ser ímpar.
Minha alma se ajeita em qualquer canto, e se deslumbra com um livro, se encanta com a música, e desabrocha com as amizades verdadeiras.
Não preciso que me digam o quanto eu erro.
Não preciso acertar sempre.
E eu não quero acertar sempre.
É muito monótono.
Talvez seja essa minha inconstância que me fortaleça e me priva de todas essas perfeições e modismos ou idealizações "de ser", dispensáveis...

(Naná)

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