sexta-feira, 25 de maio de 2012

Lágrimas e chuva



Chove lá fora, e aqui dentro faz frio... mas um frio congelante!
Indiferença é pior que facada no peito.
Lembrar que há tão pouco tempo eu sorria à toa, e era um sorriso que quase não cabia nos lábios e meu coração chegava a ser tão pouco para tanto sentimento.
... Ah, bobagem essas coisas!
Sentimento não tem medida, principalmente quando se trata dos meus, sempre tão exagerados e tão cegos, mas sempre tão dispostos e esperançosos à reciprocidade.
Eu costumo enjoar as pessoas com toda essa "melação", minha sinceridade ainda é ingênua, se entrega fácil, sente saudades fácil, sofre muito fácil.
Acho que nunca vou aprender como são os homens, e ainda falam pra eu não generalizar....
Sou mesmo é uma esquisita, que acredita em milagres.
Ah, se você se importasse, ou no mínimo soubesse o quanto é difícil sentir tudo isso sozinha, e aprendesse que as coisas não precisam levar tempo pra deixar marcas.
E eu acordo todos os dias com um pouco de esperança...
Ah, moço, se você acreditasse em palavras, ou ao menos as pudesse sentir, eu voltaria a acreditar nas pessoas.
Mas muita coisa ouvi, nada assimilei... nada me convenceu... nada me fez preencher.
Apenas me restou o eco de lembranças dos momentos efêmeros, dos quais eu preciso me esquivar.

No fundo a gente sabe que não era pra ser, mas insiste em colocar um pé num mundo que não te pertence, que nunca fará sentido.
E a gente se entrega e sonha com um mundo mais colorido, mas o preto e branco sempre prevalece.

E eu sei que sou uma chata de galochas, que não se enxerga no espelho, mas eu entendo que as pessoas se afastem. Eu não tenho auto-estima, eu não sei me amar... pessoas precisam de outras que se amem, pessoas bonitas (por dentro e por fora) e eu não sou nada disso.
Apenas tenho sentimentos solitários, e ilusões, e encantamentos... acho que eu não sei crescer e ver que o "buraco é mais embaixo"... e que as pessoas não se alimentam do que eu me alimento.

Sabe, moço... eu pareço uma doida por ser tão emotiva, mas é que realmente eu achei que dessa vez eu ia acertar, mas não sou boa em acertar no alvo...

Essas minhas lágrimas vão cicatrizar no coração, mas eu sei que vou ser mais frágil, e vou passar a acreditar menos em mim mesma, porque eu caí mais uma vez no poço da descrença... e eu acho que o tempo passa e cada vez mais eu perco o jeito de me levantar.


Essa chuva que cai lá fora me deixa triste, porque tudo o que eu precisava era de um abraço pra poder crer que eu ainda tenho um jeito, e que todas essas coisas absurdas que sinto não são à toa (mais uma vez).


Eu sei que eu vou colocar a minha cabeça no travesseiro e vou me lembrar do que eu preciso esquecer, e sentir o que eu não posso sentir.
Eu sei que eu vou acordar amanhã e olhar se encontro alguma mensagem, algum recado ou algum resquício de memória, pelo menos pra saber da minha amargura, só pra ter o prazer de saber que conseguiu o que queria, e eu estou aqui, me afigurando de idiota....


Ah, moço... como eu sinto falta de poder escutar a tua voz, ligar e você atender, trocar mensagens que me deixam mais alegre... eu sinto tanta falta que até tenho vergonha de dizer, porque eu não sei porque tudo isso é tão forte.... e eu quero sentir o teu abraço, e ver os teus olhos, dizer e ouvir que há empatia entre nós, e que eu gosto tanto de você, e que você sente saudades...


Tá, é bobagem isso tudo, mas você nem precisa saber, você nem vai ler mesmo... nem vai se lembrar que eu existo, porque a gente esquece as coisas que não têm importância...


E eu vou respeitar, me afastar, sem ao menos ter me aproximado... e eu vou ficar triste, mas uma hora as lágrimas vão estancar... e eu vou passar na sua rua, do outro lado da calçada pra me reafirmar: Aprenda que palavras são traiçoeiras, ouça mas não as sinta.



(Naná)






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